sábado, 7 de março de 2009

REBELDIA

Soltem-me
as algemas

Quero
a minha alma livre
meu corpo livre
meu pensamento livre

Esbofetear o mundo
e cuspir
na vida.
Os poetas



Solitários pilares dos céus pesados,
Poetas nus em sangue, ó destroçados
Anunciadores do mundo
Que a presença das coisas devastou.
Gesto de forma em forma vagabundo
Que nunca num destino se acalmou.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Olvidar



Entre os falantes
Sou o silêncio...
Uma brisa suave
Entre pétalas sangradas.



Sem fôlego,
Sem lua,
Intensa febre,
Apenas um tédio.



Preciso correr...
Olvidar dessa dor
Sem morfina.



Essa solidão escura,
Esse rosto pálido
No espelho confessa
Minha loucura...






Ronne Grey
O cavalo e menino




Era o cavalo em pêlo
em pêlo era o menino, e os dois
- mais sua solidão, mais seu destino.

Ninguém sabe se o cavalo angustiava
a tarde,
se do menino era a angústia
que o cavalo tocava.

Os dois passavam sempre abstraídos
(na tarde que continham)
da campina de cinzas que os cercava.

Se de um, se de outro, súbito
chegava o grave canto,
já se sabia – era a tarde dos dois:
que a do menino,
contida numa estrela aparecia,
e a do cavalo,
sobre montões de feno se dobrava.



(Zila Mamede In Exercício da Palavra)

domingo, 22 de fevereiro de 2009

sábado, 29 de novembro de 2008