terça-feira, 24 de junho de 2008

Texto de Apresentação para o livro Vagabunda Poesia



Escrever sobre alguém é um mistério. Escrever sobre quem escreve poesias é um minério. Poetar para muitos não presta. Para quem escreve, poetar é a própria vida. O poeta se dá, ele se entrega, sangra, sonha e recicla imagens.
O verbo na cabeça do poeta é pólvora. Ela explode, sim, a pólvora, a cabeça e o poeta. Explosões acontecem a cada minuto. E quando a explosão vem da pólvora, da poesia da cabeça do poeta, parece que o mundo se funde.
É como uma energia que não tem mais fim. Daí, é que se fala que o poeta tem antenas. Somente antenas, sementes apenas. São assim as poesias que encontro nesse livro. Livres linhas de quem escreve como Ronne Grey, com seu jeito de quem quer dizer céus, infernos e pântanos. Parecidos com dores, cores e as flores do nosso complexo do que é viver.
Resmungando o poeta suplica verdades tão aterradoras, que temo a certeza, que nada sabemos. É como a confissão de quem passa por cima de guetos, lamas e vergonha na cara. Quase o início de uma luz que escuta e esconde como uma verdade, a voz que grita e que não cala.






Carlos Gurgel

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