quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Dilacerações



Ó carnes que eu amei sangrentamente,
ó volúpias letais e dolorosas,
essências de Helio tropos e de rosas
de essência morna, tropical, dolente...


Carnes, virgens e tépidas do Oriente
do Sonho e das Estrelas fabulosas,
carnes acerbas e maravilhosas,
tentadoras do sol intensamente...


Passai, dilaceradas pelos zelos,
através dos profundos pesadelos
que me apunhalam de mortais horrores...


Passai, passai, desfeitas em tormentos,
em lágrimas, em prantos, em lamentos
em ais, em luto, em convulsões, em dores...





(Cruz e Sousa)

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